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25 de outubro de 2011

49º Capítulo – Naturalmente mágico


Urik me levou aos beijos para dentro do toilette feminino, nos enfiamos em um dos reservados, e fizemos amor de uma forma mágica, proibida e suja como tinha sido todo o nosso relacionamento, como tinha sido toda a nossa vida.


E a sensação foi a mesma, como se nada tivesse existido durante os doze anos que nos separaram.
Janson não era ruim de cama, absolutamente... entretanto Urik, possuía a vantagem de conhecer cada detalhe do meu corpo, cada oscilar da minha respiração, cada gesto mínimo que eu fazia quando queria mais atenção em determinada parte, isso tornava o nosso contato uma explosão nuclear, algo indescritível e inesquecível.


Assim que nos saciamos, ficamos nos encarando, recuperando o fôlego que parecia que nunca voltaria ao normal, até Urik sussurrar esbaforido:
- Você é incrível... acho que nunca... vou deixar de dizer isso.
- Você também... é, Curtis, continua perfeito como sempre foi.
Devido ao elogio, ele alargou um sorriso, uma de suas melhores armas contra mim, ser nocauteada pelo sorriso de Urik Curtis ainda era o primeiro passo para a minha perdição.


E seguindo a linha de raciocínio comentei, completamente insegura:
- Você não voltou pra arruinar a minha vida, não é? Você sabe, Urik, eu não estou sozinha.
- Não voltaria se quisesse te arruinar, Elladora, só imagino que o Bencini já teve muito de você... não acha?
Questionou-me torcendo o nariz, um gesto que reconheci de outra vida.
- Ele me ama... – Adverti – Ele passou anos lutando por mim e nunca desistiu, ainda que tivesse milhões de motivos.


- Se você tivesse me dito que ama o Janson, eu não teria em hipótese alguma avançado o sinal, mas... não foi isso que aconteceu – Seu rosto que ficou sério por alguns instantes, voltando a se iluminar pela presunção em seguida - Então significa que você ainda me pertence.
- Mas eu moro com ele... – Tentei argumentar em vão - Temos uma infinidade de coisas.
- Porém, ele não conseguiu fazer com que você o amasse... Eu, não sei, se... acha que Janson vai pegar pesado por causa das coisas que vocês tem juntos, deixa tudo com ele, eu te garanto. – Disse ele, com uma determinação invejável.


- Não seja ridículo! Não sou mulher de viver de favor! – Esbravejei, por conta de sua audácia.
- É só até você conseguir se ajustar, deixa o babaca do Janson e vem comigo.
Não tive tempo de responder, o celular do Urik tocou no momento crucial, meu subconsciente ligou a luz de alerta, e esperei aflita pela mensagem que eu sabia que havia chegado.


Ele sacou o aparelho do bolso do jeans, correu os olhos pelo display, e após a leitura, me deixou a par do conteúdo da SMS:
- Bencini está vindo, é melhor você pensar em uma desculpa, ou vá lá fora e se livre dele, como preferir.
- Como vou fazer isso?!! – Indaguei assustada.
- Não faço idéia... Mas pense rápido, se não estiver disposta a assistir uma boa briga.
A calma de Urik era fora do normal, imaginei quantas milhares de vezes ele deve ter passado por uma situação parecida pra saber reagir ao momento com tanta tranquilidade:
- Isso é terrível, o que devo dizer? - Consegui resmungar.


– Terrível ou não... tic-tac, tic-tac... seu tempo está acabando - Ele ainda conseguia fazer piadinhas, e mais uma vez eu o invejei.
Segundos após Urik ter se calado, ouvi a voz preocupada de Janson do lado de fora do toilette:
- Elladora? Você está ai?! Tá tudo bem?! – Olhei para Urik e ele começou a imitar a forma do Janson falar, tive que forçar uma careta em sua direção para que ele parasse de fazer gracinha:
- “Boca aberta!” – Ele cochichou, e eu quase não contive o riso.



De alguma forma, o momento de descontração fez com que meu cérebro pegasse no tranco e consegui responder passivamente:
- Tô aqui, Jan... não me senti muito bem, e achei melhor jogar um pouco de água no rosto.
-Você precisa de ajuda? - Quis saber, Janson.
- Não, já estou me sentindo melhor, só me dê alguns minutos - Urik me olhava como se eu fosse a pessoa mais incrível do mundo, eu desejei beijá-lo.
- Bom, melhor assim... o show já acabou, Aaron e Chad estão nos chamando pro camarim.


O momento de descontração desapareceu quando surgiu novamente a possibilidade de ter que ficar entre Urik e Janson, felizmente Urik já tinha um plano, e cochichou outra vez:
- Eu não vou, assim que você sair daqui, mando uma SMS pro Nicko.
Então respondi ao Janson:
- Hãm... vou jogar mais um pouco de água no rosto, te encontro lá, pode ser?
- Ok, sem problemas... Vê se não demora, não tenho muito assunto com eles.
- Não vou demorar, prometo.


E assim que tivemos certeza que Bencini tinha se afastado, voltamos a conversar:
- Eu tenho que ir, Curtis, eu quero cumprimentar os meninos, estou com saudades.
Urik com o intuito de me provocar revelou:
- Que pena, quando Aaron e Chad saírem daqui, vamos todos para o meu apartamento, e ficaremos a madrugada toda conversando, relembrando coisas do passado, tomando whisky oitenta anos até que o dia amanheça.


- Bobo, não queria ir mesmo – Respondi sentida, e emendei uma pergunta que não fazia parte do meu repertório - E sobre nós? Quando vou te ver novamente?
- Em breve, amor, eu sei onde te encontrar.
- Eu vou te esperar.
Urik se enroscou em mim, e sussurrou de forma carinhosa antes de me beijar:
- Pode me esperar, não vou te desapontar, e não esquece... eu te amo.


Deixei o reservado com muita dificuldade, caminhei até a pia tranquilamente como se o tempo pudesse me esperar, e enquanto lavava as mãos fiquei pensando em como a sensação de estar com o Magnus, era diferente de tudo que já tinha sentido.
Em nenhuma das vezes em que traí Janson, fiquei satisfeita... ao contrário, até aqui só havia me decepcionado e me arrependido depois.
Concluí então que estar com o Urik não era exatamente uma traição, porque é natural como ato de respirar, pois somos feitos das mesmas coisas, pertencemos ao mesmo mundo, sujo e mágico.


O que posso dizer é que a felicidade estava quase me sufocando, e o arrependimento passou a milhas de distância de mim.
Dei alguns passos em direção à porta, e olhei pela última vez para o resevado onde Curtis ainda se escondia, achei graça quando notei o par de sapatos realizar movimentos quase imperceptíveis no vão que existia na porta, então me despedi com a voz baixa:
- Tchau, Magnus – E ele respondeu no mesmo tom:
- Já enviei a SMS pro Nicko, você não terá problemas... Ah! Eu amo você, se cuida.


Quando cheguei ao camarim, Janson, Nicko e Joanna já estavam presentes; Eu e meus amigos conversamos por cerca de uma hora, sobre os mais diversos assuntos, preferimos deixar o passado para ser conversado em uma ocasião onde Bencini não estivesse presente, e foi o tempo de liquidarmos uma garrafa de Moët para o clima ficar tenso.


Embora estivéssemos afastados há bastante tempo, era improvável que um dia eu pudesse esquecer as carinhas travessas dos meus garotos... e soube que Nicko havia dado com a língua nos dentes em relação ao meu encontro com o Curtis, devido aos sorrisinhos que Aaron e Chad me lançavam.


Desconfortável com a situação, Janson inventou uma desculpa qualquer e disse que precisávamos ir embora; Não insisti para que ficássemos, pois dentro da minha cabeça tinha outros planos, prontos para serem colocados em prática.

4 comentários:

  1. Realmente, os dois se merecem!

    AMO!
    bjosmil!*.*

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  2. É muito triste quando a gente se decepciona com um amigo que acreditava conhecer. É como estou me sentindo em relação a Elladora. Nunca em todo este tempo de Nightmares eu imaginei que ela pudesse ser tão escrota quanto o Curtis. No entanto acho que ela foi pior...
    Eu não acho que o "amor" que ela sente pelo Curtis (sim, está entre aspas pq eu não sei se posso definir assim) justifica a atitude dela com o Jan, sinceramente, antes ela tivesse aberto a porta e mostrado o Urik nu...
    Como ela pode encher a boca pra dizer que "não é mulher de viver as custas de homem", mas é capaz de debochar daquele que somente a dedicou amor... Vá a merda, Ell.

    Eu não consigo mais gostar de você.

    Vou pensar se mando beijos pra Carol... u_u

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  3. Só tenho uma coisa a dizer...

    SEM COMENTÁRIOS!!! U.U'


    Ah.... Carol... -toma de novo u.u²

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  4. Ainda estou sem palavras diante de tudo... .-.

    TENSO, TENSO, TENSO

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